Confira as dicas para encarar uma das piores “saias justas” do ambiente corporativo
São Paulo – O roubo de ideias no ambiente corporativo brasileiro é mais comum do que se imaginava. Mais da metade dos participantes de pesquisa feita recentemente pela consultoria Produtive admite que já foram vítimas desse tipo de traição corporativa.
O melhor meio para prevenir isso é básico: limite ao máximo o número de pessoas para quem você compartilha seus projetos profissionais. Mas o que fazer quando, num repente, você vê outro levando os créditos pelas ideias que você mesmo idealizou?
1. Aposte na diplomacia
Antes de sair espalhando para Deus e o mundo o quanto traidor a pessoa em questão é, tenha uma conversa franca com o colega de trabalho que pode ter surrupiado seu projeto.
“É preciso investigar fatos e dados. Você precisa checar como isso foi apresentado. Talvez ainda exista tempo para ajustar esse equívoco”, diz Rafael Souto, diretor da Produtive. “A ideia é checar o que aconteceu: ele roubou de fato ou só citou o assunto?”.
Se a pessoa negar o roubo da proposta, só envolva o gestor se você tiver provas. “Se isso não for possível, o único meio é negociar com a pessoa ou partir para outra”, diz Renata Mello, especialista em etiqueta empresarial.
2. Envolva-se
Feito isso, a ideia é negociar uma possível participação no projeto. Daí a importância de passar a etapa anterior da maneira mais diplomática possível. Se você alimentar qualquer “picuinha” antes disso, será praticamente impossível conviver com o colega que provavelmente surrupiou sua proposta.
Durante a execução do projeto, dê indícios sutis de que participou da elaboração da ideia inicial. Mas cuidado para não gerar desconforto na equipe.
“Às vezes, a discussão fica só centrada sobre quem se apresentou na linha de chegada com a ideia primeiro. Mas isso não é o mais importante. O que vale é a entrega de resultados”, diz Souto. “E o resultado só aparece quando o projeto anda”.Por isso, atue com excelência na execução do projeto. “Um chefe com bom senso irá perceber o que está acontecendo”, diz o especialista.
3. E quando é o chefe?
Agora, é comum também que gestores se apropriem das ideias dos seus subordinados sem dar os devidos créditos por isso. Nessas circunstâncias, os cuidados devem ser redobrados. “Soube de muitos casos de pessoas que foram demitidas por reclamar dessa situação com serviços de ouvidoria, por exemplo”, diz Souto.
O ideal, novamente, é buscar envolvimento no projeto. E, nesse período, dar sinais de sua participação no planejamento – sem comprometer a reputação do gestor.
4. Mude de hábitos na próxima
Se os créditos forem realmente para outra pessoa e você sequer conseguir uma participação no projeto, o jeito é engolir em seco e partir para a próxima. Com os devidos cuidados para não cair em uma das mais clássicas traições corporativas.
“Tem que apostar em outra ideia sem entrar em briga”, diz Renata. “Muita gente tem a mania de, para levar vantagem sobre os outros, contar todos os projetos que passa pela a cabeça. Espere a ideia acontecer e ganhar um formato para então compartilhar”.