Na entrevista de emprego, falar a verdade e conhecer a empresa aumentam chances
Ser objetivo, falar de suas experiências também ajudam na competição por uma vaga, dizem analistas
POR CÁSSIA ALMEIDA / DANIELLE NOGUEIRA
RIO – Se a fase da análise de currículo já foi vencida, a entrevista de emprego é próximo obstáculo na direção do emprego novo. Em média, o candidato pode passar por três encontros e dinâmicas de grupo. Em empresas grandes, o processo pode durar até sete avaliações. Portanto, é bom se preparar bem. Informar-se sobre a empresa é o primeiro passo. Não dá para chegar na entrevista sem saber nada sobre onde pretende trabalhar. Dizer a verdade é vital — os recrutadores usam abordagens diferentes para checar se o candidato está dizendo a verdade e pesquisam nas redes sociais. Também aplicam testes sobre conhecimentos de idiomas, redação e em outras áreas técnicas, como a financeira. Pontos fortes de experiências anteriores poderão ser aprofundados na conversa, o que aumenta as chances de sucesso. Experiências concretas são sempre bem-vindas.
— Todos os entrevistadores perguntam sobre o seu conhecimento da empresa. Trabalho é como casamento, tem que conhecer bem o lugar aonde vai — alerta Renata Filardi, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Estado do Rio (ABRH-RJ).
Avaliar quais as habilidades que podem ser um diferencial na disputa pela vaga e quais as características que devem ser aprimoradas também é um exercício válido na preparação da entrevista.
— É importante dosar o discurso. Destacar as qualidades é fundamental, mas não se pode apenas falar dos pontos fortes e esquecer os fracos. É importante dizer o que pode ser melhorado e o que a pessoa está fazendo para melhorar — afirma Dolores Affonso, sócia da consultoria A&A, especializada em recrutamento, e professora da FGV.
Não adianta decorar roteiros prontos que estão disponíveis na internet. Cada entrevista é única, e o roteiro pode prejudicar o desempenho do candidato, diz Renata:
— Não vai funcionar decorar script. Se as perguntas fugirem do roteiro, o candidato fica nervoso e pode se sair mal na entrevista.
A apresentação também deve ser observada. Não há traje ideal. Os especialistas recomendam bom senso. Se a empresa é mais informal, voltada para consumidores jovens, por exemplo, roupa casual pode ser boa opção. Se a empresa é mais tradicional, é melhor usar roupas mais formais. Novamente conhecer o perfil da empresa ajuda a escolher a roupa certa para cada entrevista de emprego,
— Mas a roupa tem que ser confortável para que o candidato se sinta à vontade e não fique preocupado com a roupa e fique desconcentrado na entrevista — diz Renata, da ABRH
E o tom da conversa tem que ser ditado pelo recrutador:
— É interessante entrar em sintonia com o entrevistador. Se ele der abertura para uma conversa mais informal, o candidato pode seguir esse ritmo — avalia André Nolasco, diretor da Michael Page.
OS SETE ERROS NA ENTREVISTA DE EMPREGO
Renata Mello, consultora de imagem corporativa, lembra que sempre é bom levar cópias do currículo para entrevista. Nem sempre o recrutador está com o perfil na hora. Ela também lista os sete erros mais comuns nas entrevistas:
- Chegar atrasado
- Dizer que não teve tempo para pesquisar sobre a empresa
- Tentar aparecer demais nas dinâmicas de grupo ou ficar calado o tempo todo
- Forçar intimidade com entrevistador. Ele não é seu amigo
- Evitar contato visual, não passa credibilidade
- Mentir, mais cedo ou mais tarde elas vão aparecer
- Nada de histórias longas, seja objetivo
Fonte: O Globo