SÃO PAULO – Para início de conversa, ninguém é obrigado a gostar de ninguém. “Mas todo mundo é, sim, obrigado a respeitar o próximo, a aceitar as diferenças e as limitações das pessoas”, ressalta a diretora da RMML Consultoria de Imagem Corporativa, Renata Mello. Mesmo assim, há quem transforme o domingo à noite e a manhã de segunda-feira (momentos antes de ir para o trabalho) em fardos. Isso porque se ressente de determinada atitude tomada por algum dos colegas.

O nome disso? Mágoa. Algumas das definições de mágoa no dicionário são desgosto, pesar, tristeza e um sofrimento que se dá de forma oculta. As conseqüências? Irritabilidade, insônia, tensão muscular, queda da produtividade, dificuldade para trabalhar em equipe e falta de motivação no dia-a-dia. Em resumo, quem sente raiva desperdiça muito tempo e energia com o causador do problema.

Regras de etiqueta profissional

A primeira dica de Renata é prevenir a mágoa. Como no dito popular, também nesta situação “prevenir é melhor do que remediar”. “É fácil estragar a relação com um colega de trabalho com quem não se tem nenhum vínculo de carinho. Além disso, convivemos muito mais com nossos colegas e superiores do que com as pessoas que amamos, como nossos filhos”, explica.

Ainda segundo Renata, comprar uma briga com seu superior não é certo. “É necessário respeitar a hierarquia. Caso não concorde com algo, não diga simplesmente que discorda. Apresente soluções”, aconselha.

Dialogue sempre

Supondo que o estrago já foi feito, o diálogo é essencial para contornar a situação. Se ficar remoendo o problema, a convivência ficará impossível. Supondo que um colega mentiu ou fez uma acusação injusta, por exemplo, a dica é: não fique quieto. “Acho que o profissional que é vítima tem que se defender, até porque é a carreira dele que está em jogo. Por conta de uma mentira, ele pode perder a chance de ser promovido”.

“Quando há uma situação que não foi esclarecida, é necessário esclarecê-la, mas não faça alarme na empresa toda”, diz Renata. A sabedoria está em saber o momento certo de abrir o jogo. “Às vezes, o momento certo não é logo em seguida. Quando a reação é imediata, a pessoa acaba exagerando, pois coloca muita emoção nas atitudes. O ideal é esperar que as partes envolvidas esfriem a cabeça”, recomenda.

Para resolver de uma vez por todas – e não ficar no “disse que me disse” – proponha uma reunião com todas as partes envolvidas, incluindo seu superior direto ou o gestor do departamento. Caso você tenha sido o errado da história, reconheça seus erros.

Por fim, tenha em mente que, diante de problemas que ocasionam mágoa e rancor, os relacionamentos ficam estremecidos por um bom tempo, ou para sempre. “Quando a situação se torna insustentável, as soluções podem ser pedir ao RH para que seja direcionado a outra área da empresa ou procurar outro emprego”.